quinta-feira, 17 de março de 2011

Nem eu acreditei



Realmente nem sei como começar esse ´post. Às vezes tenho medo de cansar minhas amigas  virtuais com meus problemas, mas lembro-me que aqui é minha válvula de escape, é onde eu posso ser eu. Gostaria de postar aqui muitas coisas alegres, e sentimentos de vitórias e conquistas. Mas não posso enganar a mim mesma, não aqui, neste cantinho. Não para vocês que me seguem e que me dão seu apoio. Costumo dizer aos psicólogos da escola e aos médicos dele que se espremer este blog, daqui sairá lágrimas. E é verdade. Mas pelo menos começarei minha narrativa com notícias leves de nosso carnaval. 
Fomos ´para uma praia, para um acampamento espiritual juntamente com a igreja da qual fazemos parte. Poucas pessoas, todas conhecidas e amigas. Cerca de 50 pessoas. Apesar de meus temores de como seria o comportamento do Pedro Antônio, pude relaxar naqueles dias, pois somando perdas e ganhos, tive mais ganhos que perdas. ele se comportou muito bem, apesar, claro , de alguns pequenos incidentes.  Porém nada que chegasse ao ponto de causar problemas. Vale salientar que enquanto estivemos lá, apesar de ter gostado muito, brincado mais ainda, tomado bastante banho de mar, ele sempre pedia para vir para casa pois estava com muitas sauades d casa e do vovô e da vovó. No dia de voltarmos foi uma felicidade para ele. De qualquer forma, viva!!! Um saldo positivo!!! Voltamos para casa e voltei para nossa rotina.
Devo admitir que não fiquei esperançosa de que as coisas iriam mudar muito. Isso , analisando agora, me vem a mente algo: Será que me tornei alguém pessimista e desesperançada? Bom... a verdade é que não me surpreendi quando as coisas voltaram ao "normal". Mas não consigo parar de me surpreender quando percebo que as coisas podem piorar. Oh Deus...por favor...não deixe nada piorar mais! O Pedro está volúvel. Tem horas que me trata com todo o amor e carinho, mais que o habitual e me delicio com isso e por esses momentos eu vivo. Em outros momentos me despreza, me esnoba e zomba de mim de forma grosseira e cruel demais. Me sinto angustiada e como seu fosse a filha e ele o pai. Me sinto pequenina e como se tivesse 3 anos. Ele fala assim para mim:" deixe de besteira!" com um tom de zombaria que levaria qualquer um a loucura... ou rir de mim.... ou me expulsa do quarto...ou me destrata. Quero chegar agora neste momento ao título desta postagem. Ontem cai na fraqueza de me deitar depois do almoço (coisa que nunca faço com medo de acordar com os gritos dele, pois ele faz isso ´para me assustar, ou mesmo com medo de ele aprontar), e infelizmente dormi. Estava muito cansada, fadigada e me sentindo um pouco dolorida, com cólicas. e não resisti. Dormi. Ai como me arrependo!!! Vejam se não concordam comigo: Eu havia feito o pedido de um DVD com receitas do livro DONA BENTA (sou fissurada em receitas e gastronomia) e estava me deleitando pensando na hora emq ue iria me deitar e assistir ao DVD. Testei, vi que estava maravilhoso e fui dormir. O aparelho de DVD fica no quarto dele. Mas tive o cuidado de levar o meu dvd para meu quarto. E o guardei em cima de um móvel alto onde fica minha tv. Ao levantar atordoada (para variar), me preparei para ver meu programa. Peguei o DVD e fui para o quarto dele. foi quando ele me falou que tinha arranhado meu disco. eu disse: "Não filho, esse é o MEU dvd, e não os seus". Mas ele respondeu : "Foi esse mesmo que eu arranhei". Ai...gente... eu ainda nem acredito. ele simplesmente foi no meu quarto, pegou o disco, abriu a capa, tirou de dentro, e o arranho no chão, riscando o chão com ele. Depois colocou dentro da caixa  e o colocou de volta onde estava. Ficou imprestável. Claro. Chorei feito uma criança. Não apenas pelo fato do disco não prestar mais, mas sim pela crueldade dele! Uma criança de 8 anos com tanta mallícia! Inacreditável!!! PORQUE???????  Eu não tive reação. Apenas me afastei dele, e passei a tarde inteira com uma sensação horrível.
Hoje ele foi para a escola. Quando voltou e perguntei se ele foi bem, me respondeu que não muito (ele diz isso com uma cara de arrependimento que dói). Depois eu soube que ele deu uma bofetada na professora intinerante, que ela chorou muito de tanto que doeu. Foi pega de surpresa. Depois do choque , quando tornei do susto e voltei a mim, confisquei os brinquedos preferidos dele e todos os dvds que ele mais gosta. Claro, ele deu um ataque, mas como sempre, se conformou.
E essa é minha vida. Essa é minha história. Me digam:O Que eu faço????????? Eu realmente...não sei o que fazer.

11 comentários:

Roberta Mello 17 de março de 2011 às 09:12  

Ana, seu Pedro está fazendo tratamento com psicólogos?? Como está a situaçao da medicaçao? Está satisfatória prá vc e pra escola?? Olha Ana, há 2 coisas aí, uma é o transtorno que sim, traz vários comportamentos inadequados e tals, outra coisa é como vc se porta perante seu filho, eles são espertos e percebem na hora a nossa fraqueza, isso que ele fez com seu dvd, ultrapassa qualquer limite, eu sei que a gente vive no dilema de como e quando castigar, quando é o transtorno falando ou a esperteza deles, na dúvida eu castigo e nao é fisicamente nao, mas punindo-o com dias sem tv, computador, enfim, tirando dele qualquer diversao e olha, tem que cumprir a risca!! Sei que vc já deve ter tentado, mas na hora que ele te responder, te agredir, jamais fraqueje, jamais chore, jamais ceda, VC É A AUTORIDADE E NAO ELE, ele tem que fazer o que vc manda, eu já lavei a boca do meu filho com sabão, sem dó nenhuma!! Bem, eu sei que talvez seja meio dura e nao seja isso exatamente o que vc quer ouvir, mas nao posso deixar de falar(afinal sou uma tdah impulsiva tb rss) seja firme e tome as rédeas dessa relaçao, dá tempo, busque ajuda de um bom profissional!! Já falei, qq coisa escreve!! Beijos

K R 18 de março de 2011 às 05:50  

Concordo com a Roberta, procure um terapeuta...eles podem negociar valores, caso vc não tenha possibilidade, ou procure algum gratuíto , pode ter onde vc mora... não mudo em nada o que ela disse, só reforço, seja firme, ele apenas tem 8 anos!! não pode dominar vc! ele precisa de limites urgente! isso não significa menos amor da sua parte, pelo contrário, quem ama educa, e educar nem sempre é facil, eu sei bem com é isso...abraços e boa sorte! popde contar comigo tbm.

Anônimo 18 de março de 2011 às 17:35  

Oi querida,

Parece mesmo que a cada post seu que leio me vejo dentro dele, você narra tudinho o que eu passo aqui em casa.

Concordo com o que os 2 comentários acimas disseram, mas no entanto para quem está passando pela situação é bemmmm diferente, o buraco é bem mais embaixo...

Se fosse tão fácil seguir esses passos...
É o correto, eu sei, mas não é facil agir assim, ficamos sem rumo, sem nenhuma direção para encontraruma luz...

Eu só me pergunto:
O que eu faço????

Beijokas e um ótimo final de semana para ti!!

Liliane de Paula 20 de março de 2011 às 17:25  

Olá, Ana, vi seu comentário la numa postagem e vim lhe conhecer. Acho que vc precisa se impor, como diz a Roberta M, lá em cima. Não baixe a guarda. Se imponha. É fácil agir energicamente se vc pensar que pode ser a única maneira de dar alguma ajuda, além da medicação, claro. É o que eu faria. Lembre que no momento ele só tem 8 anos e de certa maneira vc ainda controla.
Sou médica(Gastro)e qdo entra criança hiperativa acompanhando a mãe, na consulta,sou energica. Não permito "inquietações" dentro da sala. E eles se comportam, enqto atendo.
Se vc não impor limites a ele vai perder até as amizades, pq, certamente, ninguem vai querer vc por perto.
Use seu blog até para chorar suas dores. Vc é a dona dele. Um beijo.

Mara Lucia Bechara 26 de março de 2011 às 11:45  

Vim agradecer sua visita e estou sem palavras!!Olhe que isso é difícil....o que falar para vc a não ser TENHA FORÇA...eu praticamente li td seu blog e tds os comentários.....vc está assistida por psicológos,escola ,professores e irá a um psiquiatra...minha filha sou mãe de 3 e avó de 6 netos,o que posso te aconselhar a não ser que dê amor a seu filho e tenha FÉ no SENHOR, que ser normal não sentiria um tremendo desgaste que é esse que vc sente,não se sinta culpada,mas reaga!!!!VOCE TÁ PEDINDO SOCORRO EM SEU BLOG......e me sinto tão pequena em não poder te ajudar a não ser com minhas orações e palavras de incentivo...bjjjsss Mara Lúcia

Unknown 31 de março de 2011 às 03:57  

Aninha, é difícil dar conselho. Tenho 4 filhos, cada criança é uma criança, cada um com sua personalidade.

Mas de uma coisa não abro mão e vai de acordo com que as meninas disseram acima... AUTORIDADE!!! Nunca, jamais fraqueje perto dele. Se imponha. Mostre quem manda. Depois vc se tranca no chuveiro e chora à vontade.

Sei que muitas mães vão me condenar, mas eu sou à favor da educação antiga, onde a gente levava sim uns tapas do pai e da mãe. Criança pede.
Não estou falando de espancamento, nem bater na hora de raiva... mas mereceu... um belo tapa na bunda não mata ninguém.
Mesmo pq, na minha opinião, a criança é muito criativa e se vc tira algo que ele gosta, ele arranja outra coisa para substituir e nem liga pro castigo.

Força!!!

taio 5 de abril de 2011 às 01:32  

interesant

Nile e Richard 8 de abril de 2011 às 07:45  

Oi Ana.
Li seus comentários.
Simplesmente fiquei horrorizada da violencia desta criança.
Sinceramente minha família é grande e vi muitas coisinhas neste mundo.
O mais importante é voce impor autoridade e respeito,mesmo que seja disturbios mentais o que acho que não é o caso do seu filho.
Ele já pegou a sua fraqueza e acostumado a ter o que quer e a hora que quer vinga-se em tudo que puder,quando não tem.
Isso são comportamentos normais em crianças mimadas e não disturbios mentais.
Castigue emergicamente.
Tire o que ele mais gosta vamos supor sem DVD por uma semana e sem TV.
Se ele reagir violentamente castigue mais e vá assim até conseguir o seu objtivo.
Me desculpe a franqueza,mas seu filho precisa urgente de disciplina,aprender o respeito pelo próximo e pelas coisas alheias.
E obidiência e respeito por voce.
São fatores fundamentais em uma educação.
Se ele crescer desse geito não sei não...
bjtos.Nile.

Anônimo 12 de abril de 2011 às 18:04  

Olá.

Li seu relato e me emocionei muito, senti também o seu temor sobre o futuro dessa criança e sinto que você está precisando de muita ajuda e apoio.

Você conhece uma comunidade no Orkut chamada PEDIATRIA RADICAL, é uma comunidade muito grande quase 15000 membros e todos tem filhos, e a comunidade tem muitos médicos pediatras e psicologos entre seus membros, a finalidade da comunidade é dar apoio as mães e seus filhos.

Como a comunidade é muito grande sempre há uma troca de informações sobre tratamentos e sobre o desenvolvimento das crianças, sejam quais forem os problemas que elas apresentam.

Acho que seria muito bom pra você entrar nessa comunidade, conte sua história lá e peça orientação, certamente alguém vai lhe ajudar ou indicar alguns profissionais de renome que possam lhe ajudar.

21 de abril de 2011 às 05:46  

O que vou dizer talvez a assuste ou a surpreenda... ou não...
Tudo bem que seu filho é especial(se chateia se disser assim... ) e por assim ser vc se conforma com essas atitudes, sofre... mas se cala...
Mas, amiga... há filhos sem TDA, que são cruéis e que tomam atitudes que surpreendem a uma mãe que só esperava carinho em retorno a sua dedicação...
Perdoe o desabafo... vc tem o consolo de saber que ele tem um motivo plausível para algumas atitudes...
Ironia, descobri que o ser "humano" tem uma parcela de crueldade dentro de si, de egoísmo e que é capaz de apagar tudo de bom que uma mãe possa ter feito a vida inteira...
Mais uma vez, desculpas pelo desabafo...
Ultimamente me consolo com meu pai (tem alzeheimer) de quem cuido e que as vezes tem atitudes como as do seu filho: horas carinho e horas me torce os braços ou me morde...
Mas sabemos que ambos (seu filho e meu pai) nos amam...
Aproveitemos os momentos de carinho que nos dão a conta gotas....
Bjssssssssssss

Léia Lima 13 de abril de 2012 às 10:02  

Oi Ana, tudo bem, espero que sim

Querida, A Paz, passando por aqui pra te visitar, conheci um pouco da sua história, que desabafo heim!
Sabe a única coisa que me veio em mente foi a história da Sulamita, aquela mulher que tinha um filho morto e trancou ele no quarto e foi em busca do Profeta, quando seu marido perguntou pra ela se estava tudo bem, ela disse: Tudo vai bem...
Ela não deu conversa pra ninguém, porque ninguém iria trazer a vida de seu filho de volta!
Quando chegou no profeta ela disse: eu não pedi este filho, foi você quem me deu e agora ele está morto.
O profeta foi até lá e soprou nas narinas de seu filho e trouxe a vida dele de volta.
Graças a Deus o seu problema não é tão sério quanto a morte, então, o que você acha deste exemplo de mulher, alguma lição Deus quer nos apresentar com este testemunho da bíblia.
Ana, foi Deus que te deu este filho! recorra á Ele sempre!
E lembre-se o seu testemunho ainda vai edificar e ajudar muitas vidas!
EU CREIO, AMÉM?
Conta comigo, bjus
Léia Lima do Chá de Mulheres!

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