quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Correr...até encontrar alívio.


Não é que eu esteja com vontade de morrer. Mas o desespero emocional que estou sentindo me dá uma enorme vontade de correr sem parar, correr, correr, correr, até onde me fosse possível correr... e de repente , se fosse possível transpor o tempo e o espaço, eu gostaria de parar em uma praia, isolada, linda, tranquila  e sozinha e me sentar na areia e lá me sentar... e ficar olhando o mar, o tempo, o barulho das ondas... só de descrever isso, já me sinto bem aliviada. 
Esta semana tem sido muito, muito difícil...  zombarias, desobediências, desafios, deboche, paúra... o saldo para mim foi : angústias acompanhadas de lágrimas e choro. Estou muito cansada... e desanimada.

  

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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Desabafo


Desde que meu Pedro foi praticamente diagnosticado com síndrome de asperge (digo praticamente porque a psiquiatra ainda não fechou 100% o diagnóstico mas a psicóloga não tem dúvidas, e nem eu)que meus olhos se abriram para uma melhor compreensão das atitudes dele. Ele tem TDAH, e isso todos sabem...mas síndrome de asperge...apesar de aceitar , eu ainda estou me acostumando e tentando cair na real para um fato do qual eu não posso fugir: ele é realmente especial. Ele é diferente. ELE É DIFERENTE. Isso é muito fácil de falar, mas não é tão fácil de conviver e se adequar. É realmente um processo. 
Recentemente as pessoas de nosso convívio social, na igreja que frequentamos pois é o único lugar para praticamente saio, notaram uma mudança muito positiva nele. E era mesmo, porque afinal de contas ele passou a interagir mais com as outras crianças, frequenta a salinha infantil (com crianças menores que ele), e não tem sido violento. Isso é realmente um progresso muito significativo. Mas em casa, quando o efeito do remédio passa, ou mesmo sob o efeito do remédio, quando as tardes chegam, eu me sinto solitária e angustiada. Se ele está sob o efeito do remédio ele passa a tarde inteira como uma sombra minha, dizendo direto que "não tem nada o que fazer".... eu indico muitas coisas para ele tais como, brincar, arrumar o quarto, jogar no computador, olhar seus livrinhos de história, andar de bicicleta, tomar banho de piscina, andar de skate... mas nada é bom o suficiente. Ele grita em plenos pulmões, derruba qualquer coisa no caminho e não faz nada que sugeri. E eu fico sem saber o que dizer ou o que fazer. Se não dou o remédio , ele come descontroladamente, se torna um zombador incorrígivel, me magoa, apronta o tempo inteiro. Na ultima semana piorou muito a situação. Eu fiquei uns dias sem dar-lhe os remédios e não bateu covardemente no primo dele dentro da igreja, debochava de mim, me chamava de animal imundo, me xingava  de bunda, e outras coisas que minha mente, graças a Deus até esqueceu. Hoje ele comentou comigo que avó dele, minha mãe, o achou gordo. Ele disse que não queria ser gordo , para não ficar igual a mim. Isso doeu um pouco...mas não mais tanto. Ele também andou vendo uma propaganda pornográfica , um span que apareceu em um dos jogos dele, e ficou falando isso pra todo mundo, e enquanto mais as pessoas se chocavam mais ele ria e debochava. Claro me culpei muito por não ter pensando que esses malditos spans poderiam aparecer. Mas o que fazer? Se não sãos os spans, são os tristes desenhos animados. Não acreditei quando o vi adquirir uma nova mania: baixar as calças e mostrar o bumbum. Desesperada , perguntei a ele onde ele tinha visto isso e fiquei na vigília para descobrir. E descobri que era um desenho chamado "apenas um show" e "MAD", que passava no cartoon network. Bloqueei todas as censuras dos programas, deixando para ele apenas as censuras livres. Mas ele continua baixando as calças e zombando de nós. Hoje mesmo a noite ele ficou horas rindo de nós, colocando uma bola dentro das calças, tirando e mostrando para nós, nas maiores gargalhadas. Tivemos que intervir...e é sempre um estresse sem tamanho... uma                     grande tristeza. Ontem mesmo eu conversando com meu marido dizia da minha incerteza de sobreviver à infância dele. Tenho muitas coisas sobre mim, inclusive a educação , alfabetização dele. Este ano eu tenho sido sua única professora, tenho tentado alfabetizá-lo. Tenho sido falha, não consigo dar-lhe aulas todos os dias regularmente como planejado, mas tenho eito o possível. Ele está praticamente alfabetizado. Quando quer, consegue ler algumas palavrinhas, mas falta-lhe algo que eu não consigo ensinar-lhe: força de vontade. Tento, tento, tento...e tento. Ele já até consegue escrever os 3 primeiros nomes dele. Graças a Deus por isso. Mas para mim é tudo muito sofrível  pois vejo as limitações dele, e sofro demais com isso. Só consigo pensar que ele fará 10 anos daqui a 6 meses e ainda não está lendo regularmente e isso é um espinho na minha carne e no meu coração. 
Ando cansada... para variar. Preciso cuidar de minha saúde mas realmente não tenho me interessado muito por mim ultimamente... fazer o que?
Eu peço a Deus força...coragem...sabedoria e paciência...paciência...paciência e muita paciência, pois amor, eu tenho...demais.

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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Sinto-me perdida


É assim mesmo que me sinto. Perdida. Às vezes me encontro em alta, sempre desejando e crendo que meus sonhos se realizarão, pois creio que sonhos podem se realizar. Outras vezes me encontro perdida em função de como tornar realidade esse tão querido sonho.  Estou falando de ver , de meus olhos contemplarem meu filho lendo um texto, escrevendo algo. Esse assunto é tão grandemente doloroso que parte meu coração em mil pedaços ao falar. Procuro às vezes não pensar em como tenho sido incompetente em passar as lições com ele, mas  ao mesmo tempo me desculpo tentando convencer a mim mesma que  tenho procurado fazer o melhor. Então minha consciência acusadora e cruel me aponta o fato de eu não estar me dedicando o tanto que deveria. Tenho sempre tropeçado em meus afazeres do dia a dia, na correria do lar, as vezes preciso sair, e sempre tropeço em nosso horários de aula. E me sinto culpada, me acuso, me culpo...me arraso com isso. Às vezes quando consigo dar aulas durante toda a semana me sinto extremamente realizada. Mas nem sempre consigo pois sou ligada emocionalmente com ele, e sofro com isso,  às vezes chegando até às lágrimas ,quando o vejo cometer erros que são tão pequenos , como por exemplo: imediatamente após ter lido uma sílaba "Ca", na linha seguinte confundir o CA com SA. Eu sei sim, que é normal isso acontecer...mas ele já vai fazer 10 anos ....como posso voltar com ele à escola comum sem que ele saiba ler? Vou deixar que ele sirva de zombaria? NUNCA! Eu quero que ele pelo menos saiba ler e escrever, somente isso por enquanto...será que é pedir demais a Deus? O tempo tem passado, eu tenho tentado ... mas ainda não consigo. O que posso fazer para estimulá-lo? Como ajudar meu filho nesse processo? Como ser melhor? A psiquiatra dele me falou que eu era uma excelente educadora e a psicóloga também pareceu me apoiar bastante... mas eu sei que não sou. Às vezes me sinto muito cansada. Faço tudo sozinha dentro de casa, meu marido não é companheiro nesse ponto, ele não me ajuda com as tarefas do lar. Sinto-me cansada, exausta e psicologicamente fadigada. tenho problemas de saúde, endometriose e outras coisas mais que não valem a pena serem descritas aqui, e tudo isso as vezes soma-se ao meu dia a dia já tão exaustivo. Isso sem contar os problemas rotineiros do dia a dia , ou mesmo o apoio que dou aos meus pais. Não sou uma super mulher e sempre deixo algo por fazer ou mesmo mal feito. E quando o meu mal feito recai sobre as aulas dele...eu me acabo de tristeza e culpa. Pois eu sou a professora dele, e cabe a mim a tarefa de educá-lo. Até mesmo nesse sentido: escolar. 
Eu chego a conclusão que eu preciso de ajuda psicológica, talvez isso me ajudasse muito.
Mas torçam por mim, pois ainda tenho, abaixo de Deus, um pouco de esperança em mim mesma de que vá conseguir.



Abraços,



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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Meu sonho

Queridos leitores,





Durante o final do ano passado decidimos eu mesma alfabetizar o Pedro em casa . Isso é costume nos EUA, principalmente quando os pais querem livrar seus filhos dos malefícios que muitas vezes a escola traz em termos de educação cultural. Mas esse não foi o nosso caso. Na realidade decidimos isso devido ao sofrimento dele com relação a Escola. Era de partir o coração. Notem que ele já tem 9 anos e ainda continuava nesse sofrimento. Não interagia com ninguém. Não brincava com amigos. Nunca fazia amizades. E ficava no recinto escolar apenas durante uma hora e meia. Para tão pouco aproveitamento tínhamos que desembolsar a quantia de 800,00 , uma realidade que não conseguiríamos mais manter. Ainda assim, se diante todo esforço, ele mostrasse que estava se desenvolvendo, eu teria coragem de vender minha própria casa. Mas não era esse o caso, infelizmente. Então tentamos contratar a própria professora dele para que ela ensinasse ele em casa. Compraríamos todo material escolar necessário e pagaríamos a ela um salário. Depois de tudo acordado, ela simplesmente deu um "bolo". Então assumi eu mesma a função. O resultado? Ele está quase lendo! Está indo bem... apesar de lentamente, sofridamente...mas é notório como ele melhorou. Até mesmo a psicóloga dele percebeu seu bom desempenho. Não escondo que tem sido uma tarefa muito sofrida para mim e dolorosa, devido ao meu envolvimento emocional com ele, mas tenho ido em frente. Chorando e sofrendo mas muitas vezes sendo feliz e tendo alegrias. 
Vale salientar que antes dessa nossa decisão nos aconselhamos com a psiquiatra dele (Sim, ele está com uma excelente profissional) e com a psicóloga também, e elas concordaram que eu deveria tentar. Mas no próximo ano, se Deus quiser, assim que ele estiver lendo e escrevendo, faremos um teste de aptidão em sua antiga escola e o matricularemos na série que lhe for indicada. é tudo o que eu mais quero na vida: vê-lo lendo e escrevendo. Esse é o meu maior sonho, creiam. 
E assim vou seguindo.
Abraços,


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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Voltando...

Olá amigos e amigas queridas,



Depois de um longo afastamento estou de volta. Mesmo distante de meus desabafos eu continuei sempre por aqui, visitando alguns blogs e vendo os comentários maravilhosos que aqui foram postados, aos quais agradeço do fundo de meu coração pois foram um alento em momentos difíceis.
Às vezes eu ficava aqui olhando para o blog, abria a página de postagem, cheia de coisas a escrever e contar, mas com um desânimo terrível, uma enorme fadiga psicológica... será que isso só acontece comigo?
Bom, depois de muitos acontecimentos extenuantes, de muita luta e oração, pedindo a Deus que abrisse uma porta para que a única psiquiatra infantil que eu já ouvira falar pudesse enfim atender ao meu filho. Eu estava na lista de espera há 3 longos anos... 3 anos esperando um chance... até que um dia , inspirada por Deus, liguei e apelei para uma atendente que tirando as férias da atendente titular, atendeu aos meus apelos e marcou uma consulta. Foi um dia memorável para mim, feliz, incalculavelmente feliz. E diga-se de passagem um divisor de águas. O Pedro depois dessa primeira consulta se transformou em outra criança. Nos primeiros dias após a consulta ele nem parecia a mesma criança. Tão calma, tão tranquila e tão diferente que meus sentimentos se conturbaram, e fiquei com muita, mas muita pena dele. Mas ele estava bem. Visivelmente bem. Eu fiquei muito confusa. Fiquei reservadamente feliz. Pois a todo o momento eu esperava que ele aprontasse de novo, voltasse a ser o que era a qualquer instante. Confesso que me sentia mal ao pensar assim, mas era assim que eu pensava. De fato , depois de algum tempo ele passou daquela tranquilidade absoluta para uma tranquilidade com hora marcada. Pelo menos eu poderia aproveitar o que de fato importava, a sociabilidade dele. Ele melhorou bastante o trato social. Não que ele esteja um gentleman, um cavalheiro, mas pelo menos não cospe em mais ninguém, não espanca mais ninguém, e os palavrões ( que se resumiam a poucos, e que para muitos nem nem chegava a ser palavrão) cessaram mais. Isso foi um saldo muito bom. E uma vez por mês ele tem consulta com essa médica espetacular. Devo confessar que eu aproveito mais as consultas do que ele. Ele ainda não trocou uma púnica palavra com ela. Mas ela nos faz ver muitas coisas que antes não víamos. 
E isso me consola e me conforta.
O laudo? O diagnóstico? Quase confirmado a suspeita da psicóloga de Síndrome de asperge, um tipo de autismo funcional. Quanto a esse assunto tenho algo angustiante para contar a respeito da neurologista dele, que ficará para outro post, pois a conversa é longa.  Mas voltando ao diagnóstico, ela ainda quer mais conversar com ele para fechar o diagnóstico. Não tenho pressa. No meu coração eu tenho cada vez mais certeza que o diagnóstico é esse. 
A vida escolar dele mudou 100%. Nova professora: Eu. Nova escola: NOSSA CASA. Pois é... muitas novidades! 
Que ficarão para outra oportunidade.
Por enquanto ficam meus abraços.
Com carinho,


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